Existem histórias que parecem ser escritas devagar, nos bastidores, quase sem que a gente perceba. A nossa foi assim. Tudo começou em 17 de maio de 2019, no nosso primeiro retiro da igreja. Ela, recém-chegada, tímida, cheia de expectativas. Eu, já da casa, bem brincalhão, vivendo o retiro do meu jeito: com muitas piadas, cercado pelos meus amigos, rindo alto pelos corredores. E foi justamente durante uma dessas bagunças que tudo começou a mudar. Um episódio memorável: eu e os meninos, numa daquelas ideias brilhantes de adolescente, colocamos coco velho na rede do nosso supervisor — que, diga-se de passagem, era bem autoritário. Quando ele descobriu, ficou bravo e soltou no refeitório: “Eu quero saber quem foi que colocou coco na minha rede!” A cozinha inteira caiu na gargalhada. Inclusive ela. Inclusive eu — o verdadeiro culpado, que só olhava em volta, fingindo inocência. E foi nessa confusão divertida que trocamos nossas primeiras palavras e risadas. Foi ali que o que parecia uma brincadeira boba começou, sem saber, uma história muito maior. Apesar de frequentarmos a mesma igreja e termos muitos amigos em comum, a verdade é que nunca havíamos conversado de verdade. Mas o retiro deixou algo plantado. Dias depois, tomei coragem e mandei mensagem pra ela no WhatsApp. Aos poucos, fomos nos aproximando. As conversas, no começo tímidas, logo se tornaram parte do nosso dia. A amizade foi crescendo, ganhando espaço, e ela passou a estar em tudo. Nas minhas risadas, nas minhas decisões… nos meus pensamentos. Começamos a sair juntos com os amigos. As conversas ficaram mais íntimas. E as deixadas na porta da casa dela se tornaram um costume — tão costumeiro que, quando a gente brigava, o pior castigo era não poder deixá-la em casa. Começou a doer ir embora sem dar nem um abraço. E foi aí que percebi que o que eu sentia já não era mais só amizade. Eu estava apaixonado. Mas me faltava coragem. Até que, no dia 05 de dezembro de 2020, tomei fôlego e abri o coração. Contei tudo. E ouvi um “não”. Um “não agora”. Um “ora mais um pouco”. Doeu. Mas não era o fim. Era o início de um novo processo. Continuei orando, buscando entender os planos de Deus, tentando manter o equilíbrio entre ser amigo e esconder sentimentos. E quando achei que estava pronto para desistir, desabafei com uma amiga muito próxima — aquela que sempre acreditou que nós dois éramos feitos um para o outro. Ela, com todo amor do mundo, me deu um conselho que quase afastou a gente de vez. Pamela me procurou porque sentiu minha ausência, e eu — tentando ser forte — a ignorei por uma semana. Depois, confesso: não aguentei. Fui procurar saber se ela tinha me bloqueado, se ainda me falava na igreja, se já tinha me deixado pra trás. Ela estava decidida a se afastar. Mais um pouco, e a nossa história teria terminado ali. Mas Deus, mais uma vez, interveio. Num culto, chamei nosso amigo em comum para conversar. Sério, direto, com o coração na mão, desabafei: “Eu gosto da Pamela há muito tempo. Não consigo mais ser só amigo. Ela não me dá uma chance.” Ele ouviu. E fez algo que só um verdadeiro amigo faria: ajudou a abrir caminho para uma conversa real entre nós dois. Foi no dia 12 de agosto de 2021 que decidimos sentar e conversar — de verdade, sem rodeios. Ali, diante um do outro, sabíamos que era hora de decidir: continuamos tentando ser apenas amigos… ou damos uma chance ao que já era óbvio? Eu estava tão nervoso que ela aceitou namorar comigo… e a gente foi embora sem que eu tivesse feito o pedido direito. Foi só no dia 15 de agosto, depois do culto, no caminho de sempre até a porta da casa dela, que finalmente saiu: “Quer namorar comigo?” E ela disse sim. Pela segunda vez. Dessa vez, com aliança no coração. Desde então, foram anos de aprendizado, de entrega, de amadurecimento. Aprendemos que amar é mais que sentir — é cuidar, respeitar, perdoar, crescer juntos. Vimos que Deus escreve histórias no tempo Dele, e que a espera vale a pena quando é Ele quem guia. Cada conversa, cada saída, cada “deixada” na porta da casa dela nos trouxe até aqui. Nosso namoro não começou em um dia comum. Começou no tempo de Deus. E agora, chegou o tempo de viver o nosso “sim” eterno. Nosso casamento é mais que uma cerimônia. É o testemunho vivo de que quando Deus escreve, tudo tem propósito. E você, que nos acompanhou em alguma parte dessa caminhada, é parte dessa promessa. Com o coração cheio de alegria e gratidão, te convidamos a celebrar conosco o início do nosso para sempre. Vamos nos casar!